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domingo, 26 de julho de 2015
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
ANTHOLOGIA DADÁ
Coletânea de textos (poemas, anúncios,
manifestos, desenhos, pinturas) publicados em várias revistas de divulgação do
movimento Dadá, traduzidos e organizados por mim. Livro feito de forma totalmente artesanal (tam: 21x14cm).
AS REVISTAS: BREVE HISTÓRICO
No início
do século XX, revistas literárias e artísticas foram o principal meio de
exposição que os artistas utilizavam para trocarem suas ideias. A revista
era um veículo para a divulgação de novos estilos, o estabelecimento de novas
teorias, e criação de um contexto para a compreensão de novas formas
visuais. Esses veículos desempenharam um papel fundamental na formação do espírito
e da identidade de vários movimentos e serviu para difundir suas mensagens em
toda a Europa e nos Estados Unidos.
Para os Dadaístas,
as publicações serviram para distinguir e definir Dadá em muitas cidades. Como
Dadá surgiu em vários lugares por toda a Europa, quase simultaneamente, cada
manifestação era única, refletindo climas artísticos e sociais singulares de
cada local. Cada revista estimulou, pois, a proliferação de novas
publicações e comentários que anunciaram novas atividades Dadaístas, atraiu
novos membros, e ainda estabeleceu um programa.
Criado, em
Spieglestrasse (Zurique), em 1916, pelo poeta alemão Hugo Ball e sua companheira Emmy Hennings, o Cabaré Voltaire inaugurou oficialmente o Dadaísmo.
O cabaret era ao mesmo tempo galeria de exposições e sala de teatro; um palco
que proporcionou condições ideais para a liberdade artística, experimentação e
uma atmosfera que apoiou o fomento de uma revolta que iria mudar o rumo das
artes.
(...)
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
EDITORA INDEPENDENTE
A
rigidez do mercado tradicional de livros estimula cada vez mais a criação das
editoras independentes. Pequenas editoras com processos artesanais de
impressão, encadernação e acabamento, ganham terreno publicando textos de
autores desconhecidos e de assuntos pouco explorados pelo mercado. Esse fenômeno
prova que há formas muito criativas de publicar livros fora do sistema fechado
das grandes editoras e com pouco, ou até nenhum, recurso. Além do mais,
incentiva as pessoas a buscarem alternativas à moderna cultura do consumo. Editoras
artesanais, cujo grande diferencial está no acabamento quase personalizado dos
livros, com encadernações feitas à mão, tiragens pequenas e muitas vezes
numeradas. O conteúdo geralmente é produzido por escritores locais, geralmente
literatura, poesia e arte, e a divulgação através da internet, não abrindo mão,
é claro, do poder das redes sociais.
Duas
editoras independentes que vale a pena conferir: Sol Negro Editora e Edições
Nephelibata (veja ao lado).
Livro
artesanal confeccionado por mim. Uma narrativa surrealista. Conta (ou desconta)
a história de Cybelle, uma jovem que não enxerga mais os limites divergentes
entre sonho e realidade.
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
QUANDO
CHEGA A DESPEDIDA...
Quando
chega a despedida
Uns
para o lado e outros para o lodo
Percorrendo
um objetivo
Intensificado
por uma Idea pré-concebida
Seguir
um rumo
Mas
eis que surge um muro
Uns
e outros no caminho
Limitando
os limites
Objetivas
despedidas
Pra
não passar o papel em branco
Passa
a tinta no presente
Sou
um ente aprendiz
Diz,
noite sombria, diz!
Afogo-me
em um canal
De
tinta, fresca e celestial.
Encontro-me
num dilema carnal
Encostado
na branca alegria casual
Dos
momentos bem vindos
Arfantes
presentes à repressão
Que
nos mostra força insólita
Afogadas
em sua própria perdição
Força
insólita me sinto imponente
Na
escuridão desta noite que me possui
Com
o mistério de seu tempo
Chegamos
então ao nosso limite?
Simplesmente
por estarmos vivos
E
ligados por um fio de prata
Que
longe de todas as realidades
Desde
a criação nos absorve neste
Presente
de cimento?
Concreto
e abstrato ao mesmo tempo
Tempo
que se perde entre
O
passado e o futuro
Na
verdade, não existe o presente
Mas
o momento
No
instante, entorpecido vejo
Os
espectros que bailam no vento
Na
brisa que sacodem as madeixas
Das
ninfetas que suspiram na noite
No
instante vejo relâmpagos
Nos
rostos concentrados de torpor
No
momento ígneo de vinho que
Absorve
o presente indiscutível
No
entanto todas as perspectivas
São
exatas a partir do combustível
Que
nos faz viver e endeusar nossa
Filosofia
do nada, ah, relâmpagos da memória!!
Dos
fins ab-ruptos
Términos
de despedida honrosa.
(Valter,
Mano, Flávio, Roberto e Vladimir)
No
lado escuro da calçada do Parque Jatahy
01.05.94.
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
ESCRITOS COLETIVOS
Os surrealistas tinham como exercício a
realização de jogos como forma de aumentar o repertório imagético e onírico de
seus participantes. Um dos mais conhecidos e importantes é o jogo do Cadavre exquis, feito tanto na forma
verbal como na visual.
O procedimento para se jogar era muito simples,
conforme Tristan Tzara, a receita para o cadavre exquis escrito era: pegar uma folha de papel dobrada o
número de vezes correspondente ao número de participantes, na qual cada um
escreveria o que passava por sua cabeça sem ver o que tinham feito
anteriormente seus companheiros.
Profundamente influenciado pelos jogos
surrealistas, sugeri que fizéssemos experiências semelhantes, principalmente
quando estávamos numa mesa de bar. Vários amigos participaram desses escritos
coletivos, até mesmo aqueles que nem se interessavam por literatura; jogavam
pelo simples prazer de participar, de criar. Adaptei o jogo: escrevíamos alguns
versos, mas apenas o último era visto pelo jogador seguinte, - às vezes dois
versos ou metade da estrofe, - que dava sequência ao texto.
O poema a seguir foi escrito
no Palhoça, bar do Ronaldo, por mim e pelo Fefa. A data não consegui apurar.
POEMA
(Egelane
Damasceno/Roberto Bessa)
Toda
essa água preta
Murmura
o líquido absurdo
Todo
esse chapéu articulado no nada
Pernas
pra cima do deus consequente
Agora
chupo seu corpo de algodão
E
respiro gás lacrimogêneo
Nas
paredes de barro azul
Alecrim
duvidoso da pele
Aos
quatorze ou quinze
O
importante não importa
Importa
é a porta sempre torta
Sou
fruto do fruto e durmo feito jaca
Mas
meus espinhos ainda são doces
Como
o fel de um coração bandido
Fausta
cabeça entre postes e espinhos
Vinho
de pedras goela abaixo
Ah,
são todos os venenos...
O
cano de fumo que devora vidas eloquentes
A
passo fino... Formosura
A
pequena dama de paus que dança
O
sempre sedutor diálogo de alumínio
Entre
hordas de bêbados
Procurando
estepes na lama
Meus
lábios de arame farpado procuram
A
língua da donzela apodrecida
No
mais... É só... Acordei num mundo conhecido
Com
muita dor de cabeça
Cor
na cabeça flor de terça
Abortada
em sonhos
Acordei
num sonho desconhecido sem tampa
Dormi
numa noite sem frio à espera
De
uma paixão descomplacente
No
luto descomplacente dias de carnes dormentes
No
papel o sangue é azul
Infinitas
estrelas na solidão de uma
Bussola
quebrada
É
sério... Sou um elemento apodrecido
Nas
turbulências da paixão vulgar
Sou
e não posso fugir
Fundir
duas naturezas contrárias
Mas
posso adaptá-las
A
um mundo sem felicidade absoluta
Veja
quantas estrelas moram em mim
Você
seria capaz de ver pelo menos uma?
Estrelas
vivem num fantasma de luz
Talvez
não existam estrelas
A
cabeça é a maior delas
Grandeza
sem limite de tempo
Sério
são as interrogações
Talvez
não existam estrelas lá fora
Mas
dentro de tudo
Desse
entrelaçado de ilusões
É
absoluto pensar na existência das estrelas
Talvez
se possa adaptá-las
Você
e muitos complementos
Quinhentos...
quinta-feira, 3 de julho de 2014
quinta-feira, 1 de maio de 2014
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