quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

PARMI LES TRÉSORS DE LA NUIT

Collages por Rodrigo Mota integrante do Grupo Surrealista de São Paulo.
(EXTRAIT)

Je suis tout seul parmi les arCONes
.........archanges morts
............................air inexistent
....................................mains d’un toubillon
monstres derrière la murraille de verre
J’ai ma tête sur l’épaules de la statue
Car les cauchemars descendent des poteaux
Et les omniscientes tombent numériquement
Nicotine nid-de-poule nimbes et As d’hasard
Je suis mon refuge plus longtemps
Parmi les arcones qui chantent
Et les chattes dans ma bouche
Ma bouche aux mémoires du potage
Les chattes sont les cavernes de chair qui s’entre-dévorent
Je suis rouge nous sommes sombres et les nuits sont longues
Parmi les arcones dévorantes qui chantent
Là où les orang-outans gardiens volent au vent
Entre le froid et la mort acidentelle
Là où les orchidées cannibales ovulent
Où se perd la tête du libertin
Le coeur d’enfant
La putréfaction à genoux
Moi voici prisonnier de mes propes pouces

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

DOIS POEMAS DE DIOGO CABRAL

“O simples esboço do que deveria ter sido ou do que se poderia pensar”
Collage por Roberto Bessa.


QUE OS FIOS SE UNAM NESTA CAPITAL

Não tecerás as cobras
De teus parques distantes
As irmãs Papin aterrissaram
No coito das cartolas

A experiência translúcida
De vivenciar cavalos de batalha
À beira do rio anil
Somente equivale a duas mil almas
Desalojadas pelo silêncio
Viril da guarda nacional republicana

Aconteça que acontecer
Verás pelos becos perdidos
Da ilha
(porque viver numa ilha é alcova eqüidistante)
Filhos descontentes com seus leites maternais

O átrio perecerá de frio
Diante da perda fugaz
Da memória celestial
De constelações carregadas
De mulheres saias bebidas

Os autômatos
Os automóveis
As celas coletivas
Conterão a realidade
A carne e terra da realidade

O chão cuspido pelas gerações
Em sangue resplandecerá
Toda tradição misturada
Às festividades de João
Pedro ao Santo Momo
De fevereiro

Diz um irmão
A realidade é o chão
A realidade é o chão

São Luís, 14 de fevereiro de 2008


ESTUDO SOBRE A BAÍA #01

A tarde beira a baía
Com seus raios dourados
De assombro

O anúncio das trevas vem
Do oeste
As aves fogem das batidas
Incontidas de escuridão
Voam como feras enjauladas
Com brilho de crianças do passado

A tarde passa nas lâminas do veleiro
A tarde passa no tormento inaudito
Das nuvens sacras que denunciam
As incertezas canônicas

Os amores passam sorrindo
Ébrios pelo sagrado cais
Da ilha de São Luís

A podridão encarcerada
Se liberta com o sexo
Telúrico das televisões

Chefes de arma
Os pássaros voam em volta da baía
A perda repentina do firmamento
Enrola os sonhos coração de menino velho
Poente

São Luís, 8 de fevereiro de 2008

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

CADÁVER ESQUISITO À MESA DE DISSECAÇÃO:

CONTRA O PENSAMENTO DOMINANTE.

A Poesia é mais do que escrita


A Poesia faz-se escrevendo como se faz e sobretudo vivendo em permanente estado de rebeldia. No interior resolvendo os liames que nos amaram a uma Razão feita de constrangimentos e falsidades várias, mas também no exterior, combatendo os vários donos do Mundo e da Vida. Mesmo aqueles que se dizem ao nosso lado (na Cultura, por exemplo) e que jogam habitualmente para o lado dos endinheirados (burgueses e não só). A escrita e os escribas já existiam no antigo Egipto. Não consta que tenham poupado Akhenaton e outros que quiseram mudar as coisas para o lado do Espírito. (...)


collage "O Silêncio das Horas mortas" e texto
por Carlos Martins (autor do blog "cadáver esquisito...")