sábado, 3 de maio de 2008

TODA NUDEZ SERÁ MARMORIZADA


A noite debandava úmida
A luz golpeava meus olhos com lentura
Luz decepada em meu corpo
Luz na ponta do piano fantasma

Tudo era gravitante no palácio das tetas
No pequeno jardim dos disfarces
A luz corria solta pela rua

Sugava estrelas da manhã
Manhã de inexistente outono
E velhinhas aparoquiadas

Sentia-me contraste com minha armadura
Sondava o mármore que vestia
Um corpo imprevisto e esgotado
Que se mostrava aos poucos.

collage: A FLAGELAÇÃO DA NOVIÇA
por Roberto Bessa

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