quinta-feira, 9 de julho de 2009

HALLELUCINATION'S BOULEVARD VI

Segunda vida. Invirtual. O mendigo toca o seu trompete e todos os postes da rua dobram-se lascivamente em reverência à melodia insurgente. As jovens viúvas encolhem-se nas coxias. Mtume se junta ao trompetista. Mtume batucando o seu tambor de conchas natalinas. Mtume faz, luzente, gatimonhas meteóricas. Mtume não é Mtume. Mtume em erupções vulcânicas é uma sucessão de gritos vítreos. Mtume introduz-se no rabo de uma locomotiva. Algumas horas depois, a máquina o defeca. Eu sabia! Não é Mtume...MARAT está de volta, para a surpresa de todos. Ei-lo na escuridão. Marat ressuscita em sua banheira de espanto e traz consigo uma dúzia de fêmeas buzinudas que logo se põem a chocar enormes ovos de poesia. Em um dos ovos se lê: Enza Pound. A sombra de Marat arranca imponderante as pedras do calçamento...
Sua boca desperta as mocinhas do amem...
Seus olhos seguem o traseiro daquela que nos emborca...
Seus tentáculos estupram as rosas noturnas...
Seus botões falam com Deus.
A noite permanece a esconder todos os répteis da infância. Aquela que nos emborca ri. Como sei que é elA? Aquele risinho irônico é inconfundível. Além do mais, Ulisses já a viu. Ele a conhece melhor que ninguém, afinal dizem que os cães veem coisas. Meu vira-lata me acompanha desde que me entendo por poeta, mas raramente costuma a aparecer. Marat acena e entreturva-se na escuridão luxuriante de sua longa túnica existencial. Segue-o, a morte. A morte e sua foice e seu martelo moles...É hora de consolar as jovens viúvas! É hora de jogar o entrudo! Mais ou menos assim:
De(ja)vaneios à toa
Destarte os trasgos da Arte
"As diatomáceas da lagoa"
Na boca do santo padre.
Forniquenos numa boa
Aqui, acolá e agora,
Pois aquela que nos embroa
Tá sumindo, já vai embora.
bye.

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