segunda-feira, 27 de outubro de 2014

QUANDO CHEGA A DESPEDIDA...

Quando chega a despedida
Uns para o lado e outros para o lodo
Percorrendo um objetivo
Intensificado por uma Idea pré-concebida
Seguir um rumo
Mas eis que surge um muro
Uns e outros no caminho
Limitando os limites
Objetivas despedidas
Pra não passar o papel em branco
Passa a tinta no presente
Sou um ente aprendiz
Diz, noite sombria, diz!
Afogo-me em um canal
De tinta, fresca e celestial.
Encontro-me num dilema carnal
Encostado na branca alegria casual
Dos momentos bem vindos
Arfantes presentes à repressão
Que nos mostra força insólita
Afogadas em sua própria perdição
Força insólita me sinto imponente
Na escuridão desta noite que me possui
Com o mistério de seu tempo
Chegamos então ao nosso limite?
Simplesmente por estarmos vivos
E ligados por um fio de prata
Que longe de todas as realidades
Desde a criação nos absorve neste
Presente de cimento?
Concreto e abstrato ao mesmo tempo
Tempo que se perde entre
O passado e o futuro
Na verdade, não existe o presente
Mas o momento
No instante, entorpecido vejo
Os espectros que bailam no vento
Na brisa que sacodem as madeixas
Das ninfetas que suspiram na noite
No instante vejo relâmpagos
Nos rostos concentrados de torpor
No momento ígneo de vinho que
Absorve o presente indiscutível
No entanto todas as perspectivas
São exatas a partir do combustível
Que nos faz viver e endeusar nossa
Filosofia do nada, ah, relâmpagos da memória!!
Dos fins ab-ruptos
Términos de despedida honrosa.

(Valter, Mano, Flávio, Roberto e Vladimir)
No lado escuro da calçada do Parque Jatahy
01.05.94.