sábado, 5 de abril de 2008

VEIAS COMUNICANTES (I)

Allen Ginsberg nu do outro lado do muro
Tomando LSD com cinocéfalos e anjos ofegantes.
No muro se lê: Você não é normal.

Uma nuvenzinha de fumaça negra
Sai da boca de cada passante
E suas mãos presas no passado
Fazem parte da nova paisagem
pintada de verde.
Lê-se no muro: Você é diferente?

Alguns passantes põem negro manto noturno.
Outros andam cheios com o peso do próprio
Silêncio e devoram o sexo da parede.

Eternamente barbado Ginsberg iridescente...
Uivando, nas esquinas, mantras para arranha-céus;
Vomitando pedaços crus da realidade
Ao invés de fantasmagóricos enfeites natalinos.

Mais adiante, no muro, está escrito:
Alguns passantes não conseguem ver além
Dos muros. Por isso
Abaixo os muros,
Isto é Poesia.

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